Eu adoro quando alguém vem com números, com dados, com pesquisas que comprovam certas coisas bem fáceis de perceber, mas que dependem de números, dados e pesquisas para todo mundo acreditar. Este vídeo do TEDxTucson com George Land é um excelente exemplo disso. Ele conta que, por causa de uma pesquisa para a NASA, desenvolveu um teste chamado NASA Test, que avalia o nível de “pensamento imaginativo” (numa tradução livre) da pessoa. Segundo ele, o pensamento imaginativo estaria ligado à capacidade criativa e até mesmo à genialidade, como afirma.
Entre crianças de 4 a 5 anos que fizeram o teste, 98% poderiam ser consideradas geniais. Com o passar dos anos, esse percentual vai caindo absurdamente até que, por volta dos 31 anos, apenas 2% dos respondentes conservam essa genialidade.
George afirma que isso se deve ao sistema de ensino, que trabalharia dois tipos de pensamento ao mesmo tempo: o convergente (julgamento/decisão) e o divergente (imaginação). Land faz uma metáfora: é como se fossem o acelerador e o freio do carro trabalhando ao mesmo tempo, isso só pode confundir nosso sistema. A palestra é curta, ele sugere que o sistema de educação passe a trabalhar cada tipo de pensamento de uma vez, sem misturá-los, e não diz como trabalhar o pensamento divergente.
Mas não tenho dúvidas de que uma das respostas está no brincar. Deixar-se levar pelo momento presente (condição de uma brincadeira de verdade) e dar espaço para os sentidos, dar asas à imaginação.
Ao final da palestra, Land corrobora uma ótima notícia que gostamos muito de dar aos participantes dos nossos workshops: é possível recuperar essa capacidade, esse estado de genialidade imaginativa (portanto, de liberdade, de inovação, de autonomia) que tínhamos na infância. Não é algo que se perde, apenas “se esconde”, portanto é possível de ser reencontrado. Não se trata da frase batida: “Encontre (ou reencontre) sua criança interior”. Aliás, antes de conhecer a linguagem do palhaço e descobrir o poder dos jogos, sempre ficava extremamente desconfortável com essa frase, porque – afinal – o que é que as pessoas querem dizer com isso?
Trata-se de ser você, com a idade que você tenha, porém mais leve, bem-humorada ou bem-humorado, capaz de brincar novamente.